Hoje faleceu Joel Rufino dos Santos. Muitos o conheceram pela sua grande capacidade como escritos, jornalista, historiador ou professor. Mas para além das aptidões profissionais, Joel também se destacou por estar presente em lutas importantes para a sociedade brasileira. Negro, ele rompeu muitas varreiras para ser reconhecido no meio intelectual sem abandonar a discussão racial, que permeou grande parte de seus escritos.
Joel também lutou contra a Ditadura Militar e foi exilado político. Refugiou-se na Bolívia e no Chile. Voltando ao Brasil, viveu semi-clandestino, e foi preso 3 vezes. Também esse período consta nos livros de Joel, em especial “Quando eu voltei, tive uma surpresa”, com as cartas que escreveu ao amigo e colega Nelson Werneck Sodré.
Rufino ganhou prêmios como escritor e ficou reconhecido internacionalmente pela sua trajetória. Em suas entrevistas nunca se furtou a se posicionar sobre temas relevantes. Numa delas, ao ser questionado sobre cotas respondeu: “A ação afirmativa, que serve de base aos sistemas de cotas regionais, raciais, de gênero etc é um princípio democrático. O Estado corrige injustiças ao estabelecer condições justas de concorrência na luta pela vida.”.
Joel infelizmente nos deixou hoje. Mas seu legado permanecerá vivo aos que ainda lutam por uma sociedade mais justa, igualitária e livre de preconceitos.
Joel era associado do Ibase e em 2010 concedeu uma ótima entrevista a Revista Democracia Viva. Leia a entrevista aqui: [gview file=”http://localhost/ibase/wp-content/uploads/2015/09/dv_ibase_44_entrevista20-33.pdf”]

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