Conversatório.
Rio de janeiro, 11/05/2014
Por Ibase
Na última quinta-feira (05/06), o Ibase promoveu um conversatório sobre o livro “Projeto Grande Carajás, trinta anos de desenvolvimento frustrado”. Tádzio Peteres Coelho, cientista social e autor da publicação, abriu o debate afirmando que, ao aceitar o convite do instituto para fazer a publicação, baseou-se em outro volume também editado pelo Ibase: “Carajás – o Brasil hipoteca seu futuro”. E foi categórico: “A previsão do livro de 30 anos atrás se concretizou”.
O Brasil hipotecou o seu futuro, mas a Vale S/A, como enfatizou o autor, se mantém firme no discurso de que só faz o bem ao país. Tádzio deu como exemplo a manipulação dos dados. Na hora de dizer que Paraopebas, cidade onde se localizam as minas em Carajás, tem a maior renda per capita da nação, a empresa não informa que isso só ocorre porque o faturamento dela é alto, mas isso não traz qualquer bem-estar substantivo à população. O que há de concreto no município e seu entorno é uma grande quantidade de direitos violados, a começar pela superexploração do trabalho na cadeia produtiva. O trabalho no complexo de minas do Carajás tem sido investigado pelo Ministério Público do Trabalho.
Tádzio respondeu perguntas, como a do economista Renato Brito, sobre alternativas em relação à mineração. O escritor disse que, em termos de Brasil, não há experiências nesse sentido. A conversa foi enriquecida pela intervenção Rodrigo Santos, professor da UFF, que relatou resistências bem-sucedidas à mineração nos Estados Unidos, no Equador, na Nigéria e na Nicarágua. Ao fim do debate, todos estavam convencidos de que a sociedade precisa saber sobre os (muitos) impactos da mineração nos territórios do país.

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