A partir do mês de novembro, o Ibase passa a ter um novo Conselho de Governança, responsável pela gestão 2021–2024. A historiadora Wania Sant’Anna assume a presidência do colegiado, no lugar antes ocupado pelo sociólogo e ex-assessor e ex-diretor geral do Ibase, Cândido Grzybowski. Como vice-presidenta, assume Rosana Heringer, socióloga e professora da Faculdade de Educação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (FE/UFRJ).
“Queremos agradecer a Cândido Grzybowski, Nadia Rebouças e Luzmere Demoner, que durante anos foram pessoas de destaque tanto no dia a dia do Ibase quanto nas decisões estratégicas e políticas da instituição. São pessoas que fazem parte da nossa história e que continuam no nosso quadro de associados(as); suas colaborações serão sempre bem-vindas e necessárias” – afirma Athayde Motta, diretor executivo desde 2017 e reconduzido para mais um triênio. Além de Motta, a direção do Ibase é ocupada por Rita Corrêa Brandão, assistente social e especialista em indicadores sociais, que ingressou na instituição em 2005.
Também fazem parte do grupo eleito para o triênio Carlos Afonso, um dos fundadores do Ibase; a geógrafa Débora Santana; Nathalie Beghin, economista e coordenadora do Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc), Isabel Tostes, arquiteta urbanista e presidente do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Rio de Janeiro (CAU/RJ); Veriano Terto Júnior, psicólogo e vice-presidente da Associação Brasileira Interdisciplinar de Aids (Abia); Rafael dos Santos, historiador, professor associado da Universidade do Estado do Rio de Janeiro e especialista em Regulação das Atividades Cinematográfica e Audiovisual da Agência Nacional do Cinema (Ancine).
Saiba quem faz parte do Conselho de Governança do Ibase
A professora Simone Santos Silva Oliveira, da Escola Nacional de Saúde Pública da Fundação Oswaldo Cruz (Ensp/Fiocruz), o jornalista Mario Osava, da Inter Press Service, e a feminista Maria Betânia D’Avila, fundadora da ONG SOS Corpo, também deixaram o Conselho de Governança e tornaram-se membros efetivos do quadro de associados(as) do Ibase. “Sabemos a importância de manter o diálogo e o debate com pessoas que fazem parte da nossa história institucional”, reafirma Rita Corrêa Brandão, também reconduzida para mais um triênio a frente da ONG.
“São mais de 15 anos exercendo diferentes cargos e me dedicando ao estudo de indicadores sociais produzidos pelo Ibase. Como diretora-adjunta, sigo acompanhando as pesquisas e metodologias próprias que usamos para medir como as pessoas percebem suas condições de vida e o exercício de cidadania e direitos. Nosso desafio agora é adequar o Ibase ao momento pós-pandemia e reafirmar nossa missão como uma ONG de defesa de direitos e luta antirracista” – acrescenta Rita.
Representatividade: pela primeira vez, Ibase tem cargos liderança ocupados por pessoas negras
Wania Sant’Anna , que assume a presidência do Conselho de Governança do Ibase, emociona-se ao falar sobre esse momento: “Eu não tenho palavras para descrever a minha emoção de estar nessa Presidência; é um sentimento que não tem descrição. Ao olhar para o passado, lá nos idos de 1983, quando conheci o Betinho na PUC, eu era apenas uma estagiária do Instituto de Relações Internacionais” – relembra. A historiadora passou a fazer parte do Ibase logo após: “Em 1984, Betinho me chamou para estar no Ibase. Eu não pensei duas vezes, eu já estava encantada com aquilo que, àquela época, ninguém sabia muito bem o que era. Sem qualquer sombra de dúvida, foi a decisão profissional mais acertada da minha vida. Àquela época, início dos anos 80, nós não sabíamos muito bem o que era ONG, pelo menos eu não sabia, mas o que eu aprendi com o Betinho e com o Carlos Afonso é que o Ibase era algo absolutamente inovador. Betinho esteve presente na minha formatura e isso também foi um grande presente. Eu só sai do Ibase em 1990, para estudar na Holanda, e posso garantir que foram sete anos maravilhosos, intensos, produtivos, desafiadores, engajados, amorosos, comprometidos, alegres… não tem qualquer adjetivo negativo, nenhum! Eu sempre penso que havia ali uma característica única: encontro de gerações e compromisso com a democracia, com a mudança, com a gana de transformar o país e nós pensávamos e fazíamos isso todos os dias” ressalta.
Para Wania, “estar nessa posição do Conselho, aos 60 anos de idade, é relembrar tudo isso, é relembrar a Rua Vicente de Souza 291, com esse senso de história que o Ibase tem na sociedade brasileira e que ele tem na minha vida pessoal e profissional. Meu compromisso, na atualidade, não é diferente daquele que me fez aceitar o convite em 1984. O que faz a diferença é que, hoje, eu acho que tenho mais experiência de vida, de atuação profissional, mas essa experiência de hoje não seria a mesma sem aqueles anos iniciais. Eu acho que o Ibase daquela época preparou muitas pessoas, muitos jovens. Por isso que hoje eu tenho algo para devolver à instituição.”