Por Ibase e Brasil de Fato
A diretora Moema Miranda está participando em Mariana, Minas Gerais, do “Encontro Brasileiro dos Movimentos Populares em diálogo com o Papa Francico”. O evento reúne militantes e representantes de diversas religiões debaterão os temas mineração, trabalho, meio ambiente, terra, reforma política, território e moradia. O evento começou ontem e segue até sábado. Esse é o terceiro encontro e tem como objetivo divulgar as ideias do pontífice e fortalecer a articulação entre as igrejas e as organizações que defendem os direitos da população. O I e o II Encontro aconteceram no Vaticano, Itália, e na cidade de Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia.
A expectativa é que mais de 400 pessoas compareçam ao encontro, que acontecerá no Centro de Convenções Municipal, localizado à Rua Bom Jesus, no centro da cidade, e contará com a participação de entidades indígenas, quilombolas, de mulheres, da juventude, do campo, movimentos sindicais, entre outros.
No último encontro, realizado em 2015 na Bolívia, o Papa Francisco transmitiu uma mensagem que diz respeito a todos latino-americanos. “Comecemos por reconhecer que precisamos duma mudança. Quero esclarecer, para que não haja mal-entendidos, que falo dos problemas comuns de todos os latino-americanos e, em geral, de toda a humanidade. Problemas, que têm uma matriz global e que atualmente nenhum Estado pode resolver por si mesmo”, declarou.
Nesta edição, o Papa não poderá comparecer pessoalmente ao encontro, mas levará questionamentos por meio de vídeos.
O desastre em Mariana não será esquecido
Várias mesas de conversa levantarão questões a respeito do rompimento da barragem da mineradora Samarco. Um ato político, em Bento Rodrigues, contra a impunidade e em defesa das populações atingidas encerrará o encontro. “É explícita a falência de um modelo de exploração dos recursos naturais que não se preocupa com as pessoas ou com o meio ambiente. Sabemos que a mineração tem forte influência na política e na economia, e no evento isso será debatido”, afirma João Pedro Stédile, do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST).
Ele ressalta, ainda, que a aproximação com o Papa é importante por ser ele um crítico do capitalismo e da desigualdade, e por seu pontificado estar, desde o início, atento aos problemas sociais.
Histórico
O Encontro Mundial dos Movimentos Populares com o Papa aconteceu entre 27 e 29 de outubro de 2014, no Vaticano. Mais de 100 dirigentes sociais, 30 bispos e 50 agentes pastorais de diversos países estiveram presentes. A presidenta da Central Única dos Trabalhadores de Minas Gerais (CUT/MG), Beatriz Cerqueira foi uma das representantes brasileiras.
Em 2015, o segundo encontro ocorreu na cidade de Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia, com a presença de 1500 pessoas de 40 países do mundo. A programação envolveu painéis de discussão sobre os eixos “Terra”, “Trabalho”, “Teto”, além de oficinas para aprofundamento das discussões e trocas.