Neste 8 de março, publicamos aqui a nota da Camtra – Casa da Mulher Trabalhadora, que faz uma homenagem a todas as mulheres na sua luta diária, na sua coragem e persistência de não abrirem mão dos seus sonhos. Ao fim do texto, divulgamos um serviço com as mobilizações que acontecem em todo o Brasil devido ao Dia Internacional da Mulher.
“O dia 8 de Março resgata a grande grevista das trabalhadoras têxteis de Nova Iorque (EUA), em 1908 e 1911, que lutavam pela redução da jornada de trabalho, salário igual para trabalho igual e contra a intolerância dos patrões. Durante esta mesma época em diversos países as mulheres se mobilizaram para conquistar o direito ao voto e em 1917, na Rússia, as operárias têxteis saíram às ruas, contra a fome, guerra e tirania, dano início a Revolução Russa. A partir de 1992 que o Dia Internacional de Luta da Mulher é celebrado oficialmente no dia 8 de março no mundo todo.
Nós, mulheres somos mais da metade da população brasileira (51%, IBGE), porém, isto não significa que tenhamos superado todas as desigualdades, ainda persistem a diferença salarial, o preconceito de cor, a “boa aparência” em anúncios de emprego – prática que são discriminatórias ainda muito usadas. Mesmo entre nós existem diferenças entre os rendimentos das mulheres brancas e as mulheres negras, sendo as mulheres negras o final da mulheres mortas por mês. Em 29% dos casos, mortas por pirâmide da nossa sociedade no quesito de rendimentos, e são estas as mais prejudicadas na ausência das políticas públicas. O assédio sexual no local de trabalho ainda é uma realidade para muitas as mulheres. A violência contra as mulheres é uma pandemia, pois no Brasil, a cada duas horas uma mulher é assassinada (mapa da violência 2012). No estado do Rio de Janeiro são 25 seus maridos ou namorados. E, nos casos de estupros, houve um aumento de mais de 18%, sendo registrados 17 casos por dia em nosso estado. Em mais da metade desses casos as vítimas são mulheres negras. E, é cada vez mais comum os casos de “estupros corretivos” contra mulheres lésbicas e bissexuais.
Nossos desafios são imensos. Ao mesmo tempo em que temos as Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher e uma rede de apoio, estas políticas ainda deixam muito a desejar, pois muitas das mulheres que recorrem a estes serviços, perdem suas vidas, mesmo após terem acessado a rede. O Estado brasileiro não tem sido capaz de garantir as nossas vidas, a vida das Mulheres.
A legalização do aborto no Brasil é de máxima urgência, todos os anos estima-se que seja realizados mais de 1 milhão de abortos inseguros (dados OMS), já que somente em caso de estupro e de uma gravidez que coloca em risco a vida da mulher ela pode buscar os serviços de abortamento legal. Por isto, deverá estar nas nossas pautas de reivindicações, para garantir a vida das mulheres. A Mulher decide e o Estado garante, pela a autonomia da vida das mulheres.
E, por último, mas não menos importante, em tempo de Copa e Olimpíadas, a cidade do Rio de Janeiro, não é somente a cidade das remoções, da truculência, do canteiro de obras, dos transportes coletivos superlotados, é também a cidade da resistência. E, as mulheres estão na linha de frente destas lutas, até porque são as mais prejudicadas, pois sofrem na pele, a dupla jornada, tentando conciliar o trabalho (público) com a casa (privado) são afetadas diretamente, por isto quando saem do trabalho vão correndo para a casa. Porém voltar para a casa, o que já era difícil, tornou-se uma árdua tarefa.
A entrega das rosas no 8 de março desde 1998 é uma das tarefas mais significativas para nós da Camtra, colaboradoras e voluntárias, e sabe por quê? Pela energia e felicidade refl etida em cada rosto e abraço que recebemos.
Por Mim, por Nós e Pelas Outras!
8 de março – Dia Internacional da Mulher.
Camtra Presente!
A Casa da Mulher Trabalhadora- CAMTRA é uma organização sem fins lucrativos, com 16 anos que tem como missão ir ao encontro de outras mulheres com a perspectiva de colaborar para o fortalecimento de sua autonomia e despertá-las para a construção de uma sociedade justa e igualitária.
SERVIÇO/MULHERES PELO BRASIL
As mobilizações, organizadas pela CAMTRA e pela Marcha Mundial das Mulheres, acontecerão em diversos estados do Brasil. Confira:
São Paulo: a concentração será às 9 horas no vão Livre do Masp e seguirá até a Praça Roosevelt, no centro da capital.
Belo Horizonte: acontecerá o bloco “Desobedientes do ritmo, mulheres na rua”, que se concentrará às 8 horas na Praça Afonso Arinos.
Amazonas: em Parintins, com o tema “Mulheres invisíveis também tem direitos”, a Marcha irá até o presídio da cidade onde haverá um debate sobre as origens do 8 de Março com as presidiárias.
Pernambuco: acontecerá uma panfletagem na Praça do Derby, em Recife, das 7 às 15 horas.
Rio de Janeiro: ato nos Arcos da Lapa, região central, com concentração às 13h.
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13h – Ato na Rocinha em repúdio ao caso da Jovem Gleice Violentada e morta na Rocinha;
10/03 (2a feira)
6h – Saudação as mulheres na Central do Brasil, com entrega de Rosas (CAMTRA)
17h – Ato Unificado 8 de Março: Passeata das Mulheres – Concentração Candelária
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18h30 – Entrega da Medalha Chiquinha Gonzaga ao FEM – Camara Municipal de Vereadores Rio de Janeiro
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Mossoró: ato Publico no dia 8 de março às 8h na praça do Pax.
Aracaju: dia 11/03, o ato terá concentração as 9h na praça general Valadão.
Porto Alegre: Bloco Feminista levará o Carnaval pelas ruas da Cidade Baixa, no sábado, das 18h às 22h. Concentração às 17 horas na rua João Alfredo com Joaquim Nabuco. No domingo (09) heverá bancas para falar sobre a Reforma do Sistema Político por todo o estado do RS.
Belém: ato unificado com o tema “mulheres botam o bloco na rua contra todos os tipos de violência” no dia 8 às 9h, saindo da escadinha da estação das docas até a praça do relógio.
Salvador: o núcleo Zeferina fará intervenções urbanas e batucada feminista no sábado às 9h na Praça da Piedade no dia 8/03.