Foto: Ibase/Carla Vieira
A violência contra a mulher ainda está muito presente na sociedade brasileira, principalmente aquela praticada dentro de casa por parte de maridos, namorados ou familiares.
O Brasil ocupa o 5º lugar no ranking mundial de violência contra as mulheres e os dados demonstram que a casa é o lugar mais perigoso para as brasileiras.
Dados do Dossiê Mulher 2020, por exemplo, mostram que na cidade de Duque de Caxias 69,5% da violência doméstica e familiar contra a mulher ocorreram na residência. Enquanto no município do Rio de Janeiro, 56,4% da violência doméstica e familiar contra a mulher ocorreram na residência.
Por isso mesmo, é importante que as mulheres se informem sobre seus direitos e os mecanismos existentes para ajudá-las.
O Ibase acredita que todos os cidadãos e cidadãs precisam conhecer seus direitos e os mecanismos estatais que existem para protegê-los e protegê-las. Afinal, só assim podemos exercer nossa cidadania plena em um Estado democrático.
Porém, muitas vítimas de violência doméstica não sabem quais leis podem ampará-las ou onde elas podem buscar ajuda e acolhimento para se libertar da situação opressora em que vivem. Muitas inclusive não percebem que sofrem algum tipo de violência devido à normalização de práticas e atitudes machistas por parte da sociedade.
O velho e ultrapassado ditado “Em briga de marido e mulher ninguém mete a colher”, por exemplo, reflete a visão de pessoas sobre não poder interferir em casos de violência doméstica. Não há mais como aceitar esse tipo de raciocínio.
A lógica patriarcal pautada na hierarquia de gênero e na dominação masculina ainda prevalece. Não é de se espantar, então, que o nosso país esteja no topo do ranking de violência contra as mulheres.
Levando em conta os dados alarmantes e a necessidade de conscientizar a população sobre as violências cometidas contra meninas e mulheres, o Ibase elaborou duas cartilhas informativas que abordam esse assunto de forma didática. As publicações foram coordenadas por Rita Corrêa Brandão, diretora do Ibase, e pelas pesquisadoras Bianca Arruda e Manuela Amaral.
As cartilhas são fruto de uma parceria com o Center for Applied Human Rights (CAHR — University of York) e fazem parte do projeto Cidadania Ativa e Acesso à Justiça (CAAJ), realizado pelo Ibase, com financiamento do International Development Research Centre (IDRC).
Sabemos que a maioria dos casos de violência contra a mulher não são registrados. Isso ocorre porque as vítimas não sabem a quem recorrer quando precisam de ajuda e muitas vezes se sentem culpadas pelas agressões sofridas.
Queremos ajudar a reverter essa mentalidade, promovendo conscientização e estimulando o debate sobre o assunto.
Nosso objetivo é incentivar o acesso à justiça auxiliando mulheres a identificar os caminhos de reivindicação por direitos e a buscar o acolhimento necessário em casos de violência.
As cartilhas se propõem a transmitir de forma simples e clara informações que possam orientar mulheres sobre formas de violência, direitos e mecanismos institucionais de apoio disponíveis.
Acesse as publicações no link a seguir.
https://ibase.br/portfolio/cidadania-ativa-e-acesso-a-justica/