Um fato ocorrido na última terça-feira, dia 3 de maio, em evento realizado no Fórum Social Mundial Mundial, que acontece até sexta-feira (6) na Cidade do México, fez com que a delegação do Ibase presente ao encontro elaborasse uma denúncia aos responsáveis pela organização do evento.
De acordo com Athayde Motta, diretor do Ibase, o pesquisador Luiz Henrique Souza Pereira, 24 anos, um jovem negro, morador do morro do Borel, no Rio de Janeiro, que trabalha na ONG como integrante do projeto Cidadania Ativa e Acesso à Justiça, foi vítima de racismo. Ao participar de dois eventos – “Mídia Livre, Internet e Redes Autônomas” e “Mídia Livre, Democracia e Paz” – Henrique teria sido ignorado por de cerca de dez pessoas que estavam na sala, não tendo nem mesmo a oportunidade de se apresentar.
Segundo seu relato, em um dado momento, um dos participantes fez uma expressão de surpresa e estranhamento a sua presença na sala. As demais pessoas presentes não fizeram nada. Segundo Athayde Motta, “Henrique saiu da sala e teve uma crise de choro ainda no interior do prédio. De volta ao hotel, o jovem teve outra crise nervosa e seus colegas de equipe tiveram que acolhê-lo”.
Diante do fato, considerado grave pela direção da ONG, um documento foi encaminhado ao Conselho Internacional do FSM.
Além do diretor Athayde Motta e do pesquisador Luiz Henrique Souza Pereira, também fazem parte da delegação do Ibase Rita Côrrea Brandão, diretora-adjunta; Manuela Amaral, coordenadora do projeto Cidadania Ativa e Acesso à Justiça; e Maria Rosinete dos Santos, supervisora de campo do projeto Cidadania Ativa e Acesso à Justiça.
Leia também o relato de Luiz Henrique Souza Pereira sobre o ocorrido.
Foto de Tomaz Silva/Agência Brasil