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Entidades sociais pedem ao governo Lula auxílio na crise política da Nicarágua

O Ibase faz parte do grupo de organizações e coletivos defensores de Direitos Humanos que pediu ao Governo Brasileiro para contribuir com a liberação dos presos políticos da Nicarágua, e com a recuperação da democracia no país centro-americano.

Através de uma carta enviada ao Presidente Lula, com cópia ao Chanceler Mauro Vieira e ao Assessor-Chefe do Presidente, Embaixador Celso Amorim, as organizações apelam a que Brasil “seja uma voz ativa” nos fóruns internacionais, incluindo o Sistema de Nações Unidas para que o governo de Daniel Ortega respeite os Direitos Humanos.

“Recorremos ao novo governo brasileiro para que aponte uma posição clara sobre as violações aos Direitos Humanos na Nicarágua, para que se some às denúncias e condenações que vêm sendo feitas nos foros internacionais, como o Sistema das Nações Unidas e para que estimule a criação de canais de mediação e negociação para a liberação dos prisioneiros políticos e o respeito aos Direitos Humanos no país centro-americano”, reforça a comunicação.

A carta é assinada por 10 organizações em apoio ao Comitê Brasileiro de Solidariedade com o Povo da Nicarágua. Entre as entidades estão Associação Brasileira Organizações Não Governamentais, ABONG;  Human Rights Watch (HRW Brasil); Ibase, Juventude Operária Católica (JOC – Brasil) e alguns coletivos de anistiados integrantes do Coletivo RJ-Memória, Verdade, Justiça e Reparação e do Núcleo de Direitos Humanos- PUC Rio , entre outros.

As organizações argumentam que temem pelo risco de vida de mais de 230 presos políticos, evocando o caso do emblemático guerrilheiro da Revolução Popular Sandinista, comandante Hugo Torres que morreu nas prisões de Ortega em fevereiro de 2022. “Acreditamos que a crise da Nicarágua não vai se resolver com soluções simplistas no campo ideológico. O povo nicaraguense não quer mais violência, não quer mais mortes, quer viver em paz e em democracia”, afirmam na carta.

A Nicarágua vive uma profunda regressão democrática e constantes violações de Direitos Humanos, como legado da repressão governamental de 2018 que deixou 328 pessoas assassinadas, sem nenhuma investigação oficial até hoje, e mais de 100 mil nicaraguenses refugiados, segundo relatórios da Comissão Interamericana de Direitos Humanos. A crise se tornou ainda mais grave a partir das prisões de mais de sessenta pessoas entre pré-candidatos a Presidente, ativistas, feministas e jornalistas durante as eleições presidências de 2021 na qual Ortega e sua esposa Rosário Murillo tiveram a terceira reeleição num processo altamente questionado pela comunidade internacional.

Leia carta na íntegra aqui.

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