O tema do último conversatório de 2015 realizado pelo Ibase foi o pré-sal. Cerca de 20 pessoas compareceram para se atualizar e refletir sobre o assunto. Carlos Martins, da Associação dos Servidores do Ibama, responsável técnico pelo licenciamento do pré-sal, abriu o encontro expondo o atual cenário da produção do petróleo no Brasil. Segundo ele, quando nos referimos a pré-sal, estamos falando Petrobras e de Bacia de Santos, já que mais de 90% das reservas e da produção estão e estarão neste local e sob operação da empresa.
Carlos explicou que o licenciamento e a instalação das plataformas estão planejadas para acontecer em três etapas, não necessariamente subsequentes ou simultâneas. Na primeira etapa foram instaladas as três plataformas previstas, gerando US$ 30 bilhões em petróleo. Na segunda etapa, outras 13 plataformas entraram em operação, prevendo a geração de US$ 120 bilhões. Mais 19 plataformas estão previstas para a terceira etapa, que deverá ter o Estudo de Impacto Ambiental (EIA-Rima) concluído em março de 2016.
A maior preocupação dos especialistas é que, em menos de 10 anos, a Bacia de Santos, que tinha três a quatro plataformas em operação. “Este número vai saltar para quase 40 até 2020 e não se tem ideia do impacto real que este substancial aumento de infraestrutura vai causar à região”, disse Martins. Além do aumento das embarcações que fazem o transporte do petróleo, há ainda uma quantidade imensa de barcos de apoio às operações. E essa fiscalização é responsabilidade da Marinha, não do Ibama.
Cloviomar Cararine, economista e atual assessor para a Federação Única dos Petroleiros (FUP) lembrou que o petróleo ainda é percebido como grande gerador de riquezas para o país, através da geração de renda, de emprego e de royalties. Ele lembrou que além dos combustíveis, o petróleo é cada vez mais consumido como matéria-prima, como no caso dos plásticos. Ele completou enfatizando o salto gigantesco das reservas nacionais, que passaram de 14 bilhões de barris antes do pré-sal para 176 bilhões de barris.

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