O primeiro conversatório sobre conjuntura realizado pelo Ibase nesta segunda-feira (13), como era de se esperar, trouxe mais dúvidas e questões do que certezas sobre o momento político que vivenciamos. A relação entre o cenário nacional e internacional pautou o início do debate. Enquanto a direita nos Estados Unidos e na Europa tende para uma postura nacionalista voltando suas economias para as questões internas, o governo de Michel Temer aponta para uma abertura do Brasil ao capital estrangeiro contando inclusive com novos planos de privatizações.
Além disso, uma avaliação preocupante foi com relação a institucionalidade no país. A radicalidade na retirada de direitos e a forma como o governo atual se consolidou colocam em risco a ordem democrática estabelecida a partir da Constituição de 1988. A PEC do teto de gastos, a Reforma do Ensino Médio, a MP da Regulação Fundiária e o desmonte da comunicação pública são alguns exemplos do desmonte de algumas bases da democracia no país. Além disso, ainda estão previstas reforma na legislação trabalhista e na Previdência, ambas com sérios riscos de perda para os trabalhadores e sendo ditadas pelos interesses do capital.
A fim de entender todos os elementos que desembocaram no cenário atual, foi avaliada a importância de uma maior reflexão sobre alguns acontecimentos recentes, como as grandes manifestações de 2013 no Brasil e os levantes da juventude de imigrantes na França e Inglaterra na primeira década deste século. Além disso, a força atual do movimento de mulheres também é um ponto importante para o debate das resistências. Uma avaliação mais profunda pode trazer mais clareza sobre as movimentações no cenário atual.
Desta forma, o principal consenso entre os participantes foi a decisão de manter este espaço de debate como um fórum permanente e com periodicidade mensal. A próxima reunião inclusive já tem data: dia 13 de março às 17h30m no Ibase.
Publicações Relacionadas
