Notícias

Após compromissos débeis na COP 17, o que esperar da Rio+20?

por Fátima Mello
texto originalmente publicado no Le Monde Diplomatique Brasil
Em junho de 2012 o Rio sediará a conferência Rio+20 em um momento de encruzilhada para o planeta. Há vinte anos, na Rio 92, foram criadas convenções e pelos quais o mundo deveria fazer uma transição para a sustentabilidade e para a justiça social. Uma delas foi a Convenção Marco sobre Mudanças Climáticas que definiu o processo negociador em COPs para tentar enfrentar a crise climática anunciada. Os resultados da 17ª COP realizada em Durban, África do Sul, se tiveram o mérito de não deixar no vácuo a negociação do clima, mais uma vez não se materializaram em um novo regime de compromissos para o pós primeiro período de vigência do Protocolo de Kyoto, baseado no princípio das responsabilidades comuns, porém diferenciadas, única esperança de mudar a rota de catástrofe climática que se avizinha.
Assim, o contexto de realização da Rio+20 é a soma do passivo da COP 17 com a profunda crise global, expressa em múltiplas dimensões – ambiental, climática, econômico-financeira e política – que vivemos hoje. Esperamos por 20 anos os efeitos das soluções apontadas desde a Rio 92. E os caminhos adotados já deram provas inequívocas de inconsistência e ineficácia. Mostraram que uns poucos lucram com a crise sistêmica enquanto a grande maioria da humanidade sofre suas conseqüências.
Em 92 , foi realizado o Fórum Global no Aterro do Flamengo como primeiro ato de uma rica trajetória de mobilizações sociais globais que se desdobraram em Seattle, Fórum Social Mundial e amplas mobilizações como as vistas na COP 15 em Copenhague. Da mesma maneira, os povos do mundo se reunirão novamente na Rio+20 no mesmo Aterro do Flamengo. Em junho de 2012 os povos indignados com o estado do mundo encontrarão no Rio a acolhida e o espaço de encontro para reunirem os desejos de mudança que se espalham nos quatro cantos do planeta, dos Estados Unidos ao norte da África, passando pelo coração da Europa e chegando até a Moscou.
O Aterro do Flamengo será o palco da Cúpula dos Povos na Rio+20 por Justiça Social e Ambiental, e ali será realizado o laboratório de experiências do futuro. Os povos demonstrarão que há soluções concretas e viáveis para salvar o planeta através de práticas coletivas visando os bens comuns, uma economia para os povos, libertando a política e a economia da voracidade do sistema financeiro e das corporações. Afirmarão que o planeta pode ser salvo se formos capazes de ter novos valores e novos paradigmas baseados nos direitos e na justiça.
Na falta de compromissos dos governos, fato mais uma vez comprovado com o fracasso da COP 17, os povos do mundo firmarão no Aterro do Flamengo seus próprios compromissos e metas para lutar pelos bens comuns. Após os compromissos débeis de Durban esperamos que os povos sejam ouvidos. Para nós, o mundo sairá da crise através do fortalecimento dos direitos, da reconstrução da política a partir da sociedade e da defesa da natureza como bem coletivo a serviço da humanidade e não dos mercados.

Comentário 1

  1. LinaldoLima
    22 de dezembro de 2011

    Os problemas ja foram apontados,este é o momento de mobilização e união mundial dos povos, para que possamos reverter esta situação degradante e aniquiladora enquanto há tempo.Vamos mostrar que há solução!

Não são permitidos comentários.

Tradução »

jepe500

slot resmi

slot

slot dana

slot zeus

slot

rejekibet

88id

jkt8

slot pg

jayaslot

slot88

oppo500

toto slot

slot777

slot maxwin

jayaslot

slot maxwin

slot mahjong

slot

slot

INK789

slot zeus