As mais de 815 mil organizações do Terceiro Setor que existem no Brasil respondem por cerca de seis milhões de postos de trabalho, além de apresentar contribuição de 4,27% no PIB; os dados são de uma pesquisa realizada pela Fundação Instituto de Pesquisas – FIPE, a pedido do Movimento por uma Cultura de Doação e coordenada por Sitawi Finanças do Bem.
Mesmo diante de dados positivos, o estudo aponta que “apesar do reconhecimento do alcance da prestação de serviços do setor por todo o país, ainda existem imensas lacunas para dar visibilidade a esses resultados de maneira concreta”. A pesquisa completa, divulgada no último mês de março, pode ser acessada aqui.
Athayde Motta, diretor do Ibase e da Abong, destaca que estudos como esse confirmam que o campo da luta social e da defesa dos direitos humanos traz benefícios para a sociedade em geral: “Não apenas atuamos a favor da justiça e contra as desigualdades. Nosso setor contribui efetivamente para o desenvolvimento do país. E a despeito das dificuldades políticas e dos entraves criados nos últimos anos, continuamos cumprindo nossa missão”. E complementa: “Parabenizamos as organizações responsáveis pelo estudo e nos colocamos à disposição para qualquer informação que precisem. Como uma das mais antigas ONGs do país, fundado em 1981, o Ibase tem muita história e resistência para contar”.
Para Motta, o desafio de uma organização de defesa da cidadania para se manter ativa e efetiva na contribuição para o país passa também por incorporar valores de governança como a equidade de gênero e raça em seus cargos, além de adequar-se às novas regras de Compliance. “Somos diferenciados, mas precisamos nos alinhar aos avanços que surgem a todo momento. Isolados não sobreviveremos” – finaliza.