Dias 25 e 26 de novembro acontece, em São Luis (MA), o Encontro sobre Fluxos Financeiros Ilícitos e Mineração – Caso Brasil. Organizado pela Rede Igrejas e Mineração e Justiça nos Trilhos, o evento terá início com uma análise sobre o contexto político-econômico do Brasil, além de assuntos como mineração, commodities e fluxos de capital financeiro no cenário pós-eleições.
Athayde Motta, diretor do Ibase e da Abong, participa do encontro e será o responsável pela apresentação do relatório Em Busca da Transparência: Desvendando o Setor Extrativo Brasileiro Um estudo de caso de pesquisa-ação sobre a mina de minério de ferro Minas Rio. Realizada em parceria com a Publish What You Pay, a pesquisa foi lançada em outubro de 2021 e está disponível neste link.
“Trata-se de um estudo de caso dos impactos negativos do projeto Minas-Rio, da mineradora britânica Anglo American, nas comunidades de Conceição do Mato Dentro (MG), demonstrando a distribuição desigual de recursos de royalties em razão da falta de transparência dos fluxos financeiros da mineração no Brasil “– explica Motta. A Minas-Rio é a nona maior mina de minério de ferro do mundo, com cerca de 1,28 bilhão de toneladas de recursos e vida útil prevista de 48 anos.
De acordo com o estudo do Ibase, há evidência de que Conceição do Mato Dentro receba uma proporção menor de royalties do que a legalmente exigida. O relatório aponta que a comunidade sofre com a escassez de água causada pela atividade minerária, impactando a produção local de alimentos, além do convívio com o barulho de explosões, poeira e rachaduras nas residências.
Na programação do Encontro sobre Fluxos Financeiros Ilícitos e Mineração – Caso Brasil está prevista também a apresentação da pesquisa “Fluxos Financeiros Ilícitos: o caso da Vale S.A. no Brasil”, pelo professor Tádzio Coelho, professor do Departamento de Ciências Sociais da Universidade Federal de Viçosa, em Minas Gerais, e conselheiro do Movimento pela Soberania Popular na Mineração.
Crédito da foto: Alexandre Guzanche/Arquivo Ibase