O Ibase acaba de lançar o e-book “Juventudes em movimento: Sistema de Indicadores de Cidadania (Incid) Aplicados ao Complexo do Alemão”. A publicação apresenta os indicadores de cidadania criados para avaliar a efetividade dos direitos humanos nas 13 favelas do território, no âmbito do Projeto Juventudes em Movimento, realizado de 2018 a 2020 pelo Ibase em parceria com o Instituto Raízes em Movimento e o apoio do IDRC (International Development Research Centre).O Sistema de Indicadores de Cidadania — Incid é uma metodologia de pesquisa desenvolvida pelo Ibase para avaliar a efetividade dos direitos humanos em territórios específicos. O Sistema visa à produção de dados e indicadores relevantes para a sociedade civil, contribuindo para qualificar os argumentos para a disputa cidadã e democrática.
Rita Corrêa Brandão, diretora do Ibase e coordenadora-geral do projeto, explica que essa foi a primeira experiência do Sistema Incid em um território de favelas: “O desafio posto era grande, pois é conhecida a insuficiência de dados e informações que caracterizem adequadamente estes territórios, bem como a crítica existente, por parte dos movimentos de favelas e periferias, quanto à sub-representação de alguns dados oficiais produzidos pelo sistema de dados e estatísticas públicas. Esses dados acabam por invisibilizar questões sociais e desigualdades existentes nos territórios que precisam ser bem caracterizadas para a produção de políticas públicas adequadas e para o monitoramento e controle social sobre a efetividade de tais políticas”.
A longo de dois anos de realização do Projeto Juventudes em Movimento, foram produzidos 76 indicadores de cidadania, nas quatro dimensões de análise propostas, o que colaborou para importantes reflexões e discussões sobre os direitos humanos no Complexo do Alemão. O conjunto de indicadores foi apresentado pelo(as) jovens, além de discutido e qualificado pela Cidadania Ativa local em rodas de diálogos, reuniões, encontros, seminários e eventos organizados pelo(as) jovens ou por organizações parceiras locais. Em tais encontros, os(as) jovens puderam apresentar o que os dados produzidos revelaram sobre o território em questão, produzindo ao mesmo tempo a apropriação da pesquisa realizada e uma reflexão crítica, ampliada graças à visão compartilhada pelas demais pessoas do território.
“Entendemos que tal forma de produzir instrumentos para a ação cidadã confere relevância política e legitimidade a uma proposta como a dos Indicadores de Cidadania. Acreditamos também que os indicadores precisam ser fecundados politicamente, para que se tornem suporte na tomada de posição da Cidadania Ativa e na luta por mais direitos e mais democracia” – finaliza Rita Corrêa Brandão.
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