Rio de janeiro, 14 de fevereiro de 2015
Carnaval da conscientização
O ritmo de carnaval começou mais cedo no conjunto habitacional Parque Valdariosa, no bairro Valdariosa, município de Queimados, no Estado do Rio de Janeiro. Nesta quinta-feira pré-folia, o conjunto foi ocupado por uma atividade realizada pela Casa da Mulher Trabalhadora (Camtra – http://www.camtra.org.br/), voltada especialmente para as mulheres, que são maioria entre os chefes de família do local. A ação faz parte do projeto #MaisValdariosa, do Ibase, em parceria com o Instituto de Estudos de Trabalho e Sociedade (IETS) e o Metrópole Projetos Urbanos (MPU), e financiamento da Caixa Econômica Federal (CEF). Uma tenda foi montada pela Camtra em um dos condomínios do conjunto, para esclarecer mulheres sobre seus direitos, inclusive sexuais e reprodutivos. Foram distribuídas camisinhas masculinas e femininas, além de outros materiais sobre violência doméstica e a luta pelos direitos da mulher.
– Camisinha feminina, eu nunca tinha visto, posso usar e me proteger, se ele não quiser né? – perguntou uma adolescente durante a atividade, curiosa sobre a maneira de usar a camisinha.
Boa parte das mulheres não sabia que a camisinha feminina existia. Aprenderam como ela deve ser colocada e levaram algumas para casa. De acordo com dados do projeto #maisvaldariosa, a gravidez entre as mulheres jovens é bastante comum no local. E há grande dificuldade de ingresso no mercado de trabalho, já que a infraestrutura da região é precária no que diz respeito a serviços públicos que garantam autonomia à mulher, como explica Tabata Lugão, supervisora de campo do projeto:
– Não há creches no entorno e o conjunto está distante do Centro de Queimados, o que dificulta o acesso ao transporte público. É difícil para todos, mas as dificuldades de acesso ao mercado trabalho são ainda maiores para as mulheres.
Ao fim da atividade, houve um pequeno bloco de carnaval no entorno do condomínio 2 do conjunto Parque Valdariosa, seguido por muitas crianças. O conjunto conta com 1.500 apartamentos, onde moram aproximadamente 4.500 pessoas, com renda entre 0 e 3 salários mínimos.
Leia mais sobre o projeto no Canal Ibase
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