Thamyra Thâmara
Especial para o Ibase
Diversos movimentos da sociedade civil organizada estiveram reunidos, na última segunda-feira, no Ibase, para discutir a conjuntura das últimas manifestações que aconteceram na cidade do Rio de Janeiro, no mês de junho. E, ainda, a inserção da juventude de favela, que está a cada dia mais envolvida nesses debates e na disputa de discurso e do imaginário dentro da cidade.
Entre os movimentos participantes, Ibase, Fase, Observatório de Favelas, Fórum de Juventude do Rio de Janeiro, Fórum Social de Manguinhos, Movimento CPI dos Ônibus, Núcleo de Mulheres, APA Funk, OcupaALEMÃO, Fórum comunitário do Horto, professores da UERJ e da UFF, alunos da UFRJ, Instituto Raízes em Movimento, entre outros.
Durante a conversa, foram levantadas diversas análises sobre quem está organizando as manifestações; a entrada ou não da direita no movimento e a ação fascista de um grupo minoritário contra os que levantavam bandeiras de partidos. Foi ainda discutida a tentativa de cooptação do movimento pela grande mídia e a criminalização da juventude de favela pela mídia, como possíveis responsáveis pelos atos de vandalismo na cidade.
Dentro das análises foi levantada a importância de pensar a cidade como um todo. A partir da favela e de suas demandas. E, a partir daís inserir essas pautas nos espaços de debate, participação popular e políticas públicas.
Os seguintes pontos foram levantados como sendo centrais:
1 – Mobilidade Social, pensando as questões de teleféricos/ remoções, tendo como eixo central o saneamento básico, que em sua maioria as favelas do Rio de Janeiro não têm.
2- Segurança Pública na cidade como um todo, pensando diretamente a questão das UPPs e da militarização dos espaços populares.
3 – Criminalização da favela, criminalização da juventude de favela, criminalização da juventude negra, criminalização da rua / Resolução 013 e PEC 33.
4 – Inserir novos jovens de favela no debate, buscando a conscientização e a formação política, tendo como eixo central o desenvolvimento de plenárias populares em favelas.
5 – Fortalecer e fomentar uma rede de comunicadores populares, que fortaleceram as ações de denúncia das violações de direitos, dentro das favelas do Rio de Janeiro, através da visibilidade, descentralização da informação e na luta pela democratização dos meios de comunicação.
As propostas e encaminhamentos serão levadas para a plenária geral, que acontece hoje, 25/6, às 17hs, no IFCS. Em seguida, os movimentos sociais de favelas se organizam em uma agenda conjunta, realizando roda de debates, plenárias e fóruns.