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Resumo da ópera sobre Risério e o racismo de negros contra brancos no Brasil

Athayde Motta, diretor do Ibase

A desonestidade intelectual é uma praga na sociedade brasileira. Algo que aparece de forma mais cruel e descarada quando o tema é racismo, mas que é uma característica marcante em vários outros temas e está presente na academia, na imprensa, na política . Não devemos nos engajar e debater com intelectuais desonestos, mas denunciá-los sempre. A desonestidade intelectual está no centro das guerras culturais e é o fermento das noticias falsas que corromperam a democracia brasileira nas últimas eleições presidenciais.

Podemos dizer que o artigo Racismo de negros contra brancos ganha força com identitarismo, publicado pela Folha de São Paulo em 15 de janeiro de 2022, é um texto racista? Sim. Podemos falar o mesmo de seu autor, o romancista e antropólogo Antonio Risério? Certamente. De fato, devemos chamá-lo e a todos os democratas raciais do que realmente são: racistas.

O maior privilégio do branco brasileiro é o benefício a priori de não ser considerado racista por conta de Gilberto Freyre e toda a falácia da democracia racial. Mas cada artigo histérico na imprensa, cada decisão do judiciário brasileiro que viola as leis contra o racismo e cada livro mal escrito na academia causam miséria e morte para milhões de mulheres, homens e jovens negros.

Quem causa dor, sofrimento e morte de forma sistemática à população negra é racista. Quem prejudica a promoção da igualdade racial e perpetua a exclusão da população negra é racista. Esse privilégio de que todos os brancos brasileiros desfrutam tem que acabar. Estamos lidando com racistas e isso precisa ser claramente entendido por todas e todos.

Quem não quiser ser chamado de racista deve mudar. Ou assumir a responsabilidade pelo imenso mal que causam a 109 milhões de negras e negros no Brasil.

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