O Ibase e a Ação da Cidadania visitaram o Ocupa Monteiro na quinta-feira, dia 19 de maio. Os/as alunos/as do Colégio Estadual Monteiro de Carvalho, em Santa Teresa, ocuparam a escola há um mês, durante a greve dos/as professores/as. Os/as estudantes lutam por um ensino de qualidade, que desperte o interesse da juventude e promova o conhecimento de fato. “Temos o direito ao mesmo conteúdo das [escolas] particulares e hoje recebemos menos do que o ‘currículo mínimo’. Queremos formação, informação e educação de qualidade”, dizem os/as estudantes, que preferem se identificar como coletivo ao invés de dar destaque a figuras individuais ou lideranças.
Durante a visita, todos assistiram ao documentário Betinho, a esperança equilibrista, de Victor Lopes, sobre o sociólogo que liderou a Ação da Cidadania nos anos 1990. Como os/as estudantes têm em média 17 anos, a maior parte não conhecia Betinho e se surpreendeu com a quantidade de pontos em comum entre as Ocupações e a Ação da Cidadania, como a semelhança entre os comitês e os coletivos. A esperança de que este movimento ao qual eles e elas hoje dedicam hoje esteja se tornando algo maior fez brilha os olhos de alguns deles/as.
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A roda de debates revelou um grupo coeso, responsável, organizado e interessado em uma escola mais diversa, inclusiva e interessante. Depois de negociarem a ocupação com o diretor, estabeleceram regras de convivência, uma rotina de limpeza, cozinha e segurança pela manhã e atividades à tarde. Ao tomar a escola foram descobrindo uma série de coisas que deveriam estar à disposição dos alunos, mas estavam trancadas em salas que eles nem conheciam. “Descobrimos uma sala de informática totalmente montada, com computadores novos, funcionando, instalados e ligados à internet, trancada. A gente também tem aqui uma cozinha experimental incrível e a sala de química e física. Isso sem falar na quantidade imensa de livros zerados, no plástico, que a gente nunca recebeu”, mostraram os/as alunos/as indignados/as.
Essa infraestrutura incrível, muito melhor até do que a da maior parte das escolas particulares, existe porque, o C.E. Monteiro de Carvalho funciona onde antes foi uma escola particular voltada para famílias de alto poder aquisitivo. “A gente tem o direito de aproveitar isso tudo, é para o nosso aprendizado. Porque a gente não tinha acesso?”, questionam.

Ação da Cidadania e Ibase levam doações e atividades para escolas ocupadas
Ana Paula Souza, coordenadora social da Ação da Cidadania, traz os alimentos para o Ibase.

A parceria Ação da Cidadania-Ibase está levando o cine-debate com o filme Betinho, a esperança equilibrista para várias escolas ocupadas. Além do próprio filme, as duas instituições estão levando alimentos e publicações do interesse dos alunos, como uma cartilha sobre racismo e uma coleção de DVDs em que Betinho é entrevistado por jovens sobre questões sobre ética, moral, cidadania, direitos humanos etc.

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