Para além das explanações lúcidas e densas, Jurandir Freire Costa e Izabel Maior ofereceram nesta quinta-feira no ciclo de conferências “Cidadania e…”, na Caixa Cultural, uma aula de respeito e convivência política e intelectual.
Os dois foram os protagonistas da mesa “Cidadania e desabilidades”, promovida pelo Ibase. O nome da sessão havia sido proposto pelo psicanalista Freire Costa. Antes mesmo do debate, o termo já havia sido criticado por Izabel Maior, médica e ex-secretária nacional de Promoção dos Direitos da Pessoa com Deficiência.
Izabel, militante da causa, defendeu a denominação “pessoas com deficiência” por ser esta hoje a escolhida por esse grupo para a defesa dos seus direitos. Ela descreveu com detalhes as dificuldades e a discriminação que sofrem esses indivíduos na sociedade brasileira, apontou as necessidades de mudança e também as conquistas dos últimos anos.
Freire Costa disse que não poderia se opor ao direito de um grupo optar por como quer ser reconhecido na luta social. O psicanalista exemplificou que reconhece o direito dos negros serem reconhecidos como negros, mas nem por isso concorda com o conceito de raça.
Desabilidade, defendeu ele, é um termo que tem feito parte da sua formulação e da discussão acadêmica e intelectual. O termo vai de encontro à ideia de que há normais e anormais. Dependendo das circustâncias, todos podem apresentar deficiência, carecer de uma determinada habilidade.

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