Até o dia 16 de abril, vinte jovens do Complexo do Alemão estarão percorrendo áreas com grande fluxo de pessoas na região para aplicar cerca de 2 mil questionários de pesquisa. As perguntas vão desde as condições de saneamento básico local à adequação de equipamentos públicos de cultura, educação e saúde. Questões como intolerância religiosa e o uso de tecnologias de informação e comunicação (TICs) também serão tema dos(as) entrevistadores(as).
A pesquisa tem como objetivo principal identificar as condições de vida e os direitos de cidadania nas 13 favelas do Complexo do Alemão. Responder aos questionários levará cerca de 30 minutos, mas o preenchimento será feito pela(o) pesquisadora(or), diretamente em um tablet que irá transmitir os dados para um banco de dados online. O trabalho de campo dos(as) jovens pesquisadores(as) será feito em diferentes pontos do Complexo, de segunda a sábado, em horários que contemplem diversos tipos de moradores(as). “É muito importante que as pessoas colaborem e falem realmente sobre o que vivem na favela. É uma oportunidade única para que as necessidades do Complexo do Alemão sejam apontadas por quem vive o dia a dia local” – aponta Renata Codagan, coordenadora técnica do projeto pelo Ibase.
Numa etapa posterior, os resultados serão debatidos em encontros abertos com os(as) moradores da região e também com organizações comunitárias locais. “Os dados da pesquisa deverão ampliar o conhecimento sobre a realidade local e potencializar a participação de moradoras e moradores na discussão de políticas públicas. A ideia é fazer com que a própria população identifique suas demandas sociais mais urgentes” – complementa Rita Corrêa Brandão, diretora do Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (Ibase).
A pesquisa faz parte do projeto Juventudes em Movimento, uma parceria do Ibase com o Instituto Raízes em Movimento, e conta com o financiamento do IDRC (International Development Research Centre) – uma organização canadense que apoia o tema da juventude em iniciativas por todo o mundo. Além do levantamento de dados, a iniciativa também aposta na consolidação de uma rede de cidadania ativa, formada por organizações sociais do Complexo do Alemão, e na criação de fórum amplo de discussão com base em reflexões e demandas coletivas.