Em setembro um encontro de capacitação inaugurou a nova etapa dos Núcleos de Integração Comunitária, projeto do Ibase realizado em parceria com Furnas. O evento foi uma oportunidade para que as agentes locais que trabalham na iniciativa se conhecessem e trocassem experiências. Mogi da Cruzes (SP), Ibarici (MG), Foz do Iguaçu (PR), Angra dos Reis e Itatiaia (RJ) são as cinco cidades de atuação nesta fase do projeto.
Sandra Jouan, coordenadora técnica dos Núcleos, explica que a proposta é viabilizar ações para o desenvolvimento sustentável de comunidades do entorno dos empreendimentos de Furnas, como a subestação de Angra dos Reis (RJ) e a Usina Hidrelétrica de Marechal Mascarenhas de Moraes (MG). “A participação de atores sociais locais é uma opção que qualifica a proposta e envolve diretamente as pessoas do território em um processo que leva a reflexões, proposições e ações de desenvolvimento local. Os Agentes Locais são os primeiros a entender a proposta, a se comprometerem com ela e a divulgá-la, além de se tornarem agentes de uma governança democrática no território”, define.
Uma das agentes da equipe desta nova etapa do projeto é Sonali Andrade, de Ibiraci (MG). Ela demonstra entusiasmo em fazer parte da iniciativa. “Estou vivenciando uma experiência maravilhosa, pois ser uma agente local me permite estar no meio do povo e em lugares diferentes”, concluiu.
Metodologia do Ibase já foi utilizada em 18 cidades brasileiras
Os Núcleos de Integração Comunitária são um sistema de ações coordenadas que ajudam no desenvolvimento local. O princípio básico é o de integrar e tornar mais dinâmicas as relações entre indivíduos, grupos comunitários, agentes públicos e outros representantes locais.
Além disso, outro ponto fundamental da metodologia é promover o desenvolvimento local sustentável baseado na cooperação e na parceria entre a comunidade, ciente de seus problemas e com suas demandas organizadas e refletidas conjuntamente, e setores do governo, empresariado, instituições da sociedade civil e grupos sociais.
Desenvolvido pelo Ibase em 2005 e 2006 com a implantação dos primeiros núcleos de integração, o método já foi utilizado em 18 cidades: nove em Minas Gerais, duas no Espírito Santo, uma no Rio de Janeiro, uma em Goiás e uma no Mato Grosso. “Foi um processo onde estudamos várias metodologias participativas e de desenvolvimento territorial e desenvolvemos a metodologia à medida que o trabalho ia avançando em suas etapas”, diz Rita Corrêa Brandão, diretora do Ibase.
A diretora da instituição afirma ainda que esta é uma metodologia que carrega a “marca Ibase”. “O método dos Núcleos se baseia na reflexão conjunta acerca da situação social local e na construção coletiva e pactuada de instrumentos de qualidade que despertam a necessidade da ação cidadã para implantar processos de mudança. As condições para se conseguir um desenvolvimento local de base comunitária são criadas à medida que as comunidades se organizam, examinam seus próprios problemas, discutem suas prioridades e buscam soluções junto aos órgãos competentes e a parceiros”, define.
Além dos Núcleos de Integração, o Ibase possui outras duas metodologias, utilizadas em diferentes projetos da instituição: os Indicadores de Cidadania (Incid) e o processo de criação de Mosaicos Ambientais.