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Justiça climática será tema de Análise de Conjuntura

As alterações no clima trazem consequências à vida de pessoas em todo o mundo. No entanto, os impactos dessas mudanças são diferentes e tem potencial aumento quando o olhar se volta para as periferias. Pensando nisso, o Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (Ibase) realiza, no próximo dia 07, a Análise de Conjuntura sobre o tema. O encontro terá a abertura de Vitor Mihessen, coordenador geral da Casa Fluminense, e de  Cândido Grzybowski, doutor em sociologia pela Sorbonne e ex-diretor do Ibase. 

A Análise de Conjuntura é uma metodologia do Ibase e promove um espaço aberto para o diálogo franco e a reflexão sobre os rumos da nossa sociedade. Betinho, um dos fundadores do Instituto e criador dos encontros, apontava que os debates são “uma mistura de conhecimento e descoberta, uma leitura especial da realidade, que se faz sempre em função de alguma necessidade ou interesse”.

O encontro do próximo dia 7 de maio é aberto ao público e será realizado das 17h às 20h, no auditório do Sindicato dos Servidores das Justiças Federais no Estado do Rio de Janeiro (Sisejufe-RJ), localizado na Avenida Presidente Vargas, 509, 11º andar – Centro do Rio de Janeiro.

A Federação dos Servidores Públicos Municipais no Estado do Rio de Janeiro (Fesep) é parceira desta iniciativa.

Mudanças climáticas impactam também na saúde

Os impactos das mudanças climáticas na saúde da população foram foco de um artigo publicado na revista médica Neurology, da Academia Norte-Americana de Neurologia. O texto relata que mais de meio milhão de mortes por acidente vascular cerebral (AVC) podem estar associadas às alterações no clima. 

Segundo os pesquisadores, nas últimas três décadas, os anos com temperaturas mais baixas ou mais altas que a média registraram o maior número de óbitos ou incapacidade pela condição. 

No Brasil, um estudo feito por professores da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) e da Universidade Federal do Paraná aponta que o  aumento dos casos de dengue em 2024 podem ter ligação direta com as questões climáticas. A pesquisa destaca que o processo associado à proliferação do mosquito transmissor da doença tem relação com as condições urbanas e sociais, além do impacto de fenômenos como o aquecimento global, com aumento das temperaturas e da umidade, condições necessárias para o desenvolvimento do Aedes Aegypt.

Já no Congresso brasileiro, a Comissão de Meio Ambiente do Senado Federal aprovou no início de abril (10) um projeto que inclui entre as diretrizes da política urbana a adoção de medidas que permitam a adaptação das cidades às mudanças climáticas. 

A iniciativa, que modifica o Estatuto da Cidade (Lei 10.257, de 2001), garante prioridade de adaptação às áreas que se encontram em situação de vulnerabilidade e determina que sejam feitos estudos de risco climático. A finalidade da proposta é prevenir desastres ocasionados por enchentes e deslizamentos de encostas sobre regiões habitadas, desabastecimento de água e destruição de infraestrutura.

Em texto publicado em Janeiro deste ano, o sociólogo Cândido Grzybowski aponta: “nas múltiplas formas que a crise climática afeta as periferias, precisamos cobrar urgentes ações de emergência para salvar vidas e um mínimo de conforto para quem tudo perde, sem esquecer da vergonhosa escalada de violência, emprisionamento e morte, focada especialmente nos jovens negros, por ações de milícias e polícias militares. Estas ações, contudo, não podem parar aí.” Leia o artigo completo aqui.

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