15/2
Martha Neiva Moreira
Do Ibase
Depois de mais de dois anos de embates nas bases do movimento, nos municípios de todo o Brasil, dirigentes do MST reunidos no VI Congresso Nacional apresentaram ontem (14/2) a pauta da Reforma Agrária Popular. Na prática, significa dizer que questão da luta pela terra deixa de ser exclusivamente uma preocupação de camponeses e pequenos agricultores para ser de toda a sociedade brasileira.
A agricultura familiar é responsável por fornecer alimentos saudáveis para a população. Além disso, são os pequenos agricultores que garantem cerca de 70% dos alimentos que chegam à mesa dos brasileiros. É razoável, portanto, segundo os dirigentes do movimento, que a pauta esteja na agenda de toda a sociedade.

Crédito: Pablo Vergara / Brasil de Fato

Estamos vivendo um momento do agronegócio no país que não produz alimentos e apenas nos permite consumir veneno. É importante vir à capital federal pautar a nossa Reforma Agrária, a Popular – disse Edemilson Monteiro, militante do MST, ao repórter Alan Tygel, do Brasil de Fato.
Para Moema Miranda, diretora do Ibase, que esteve no Congresso, a reforma agrária vista desta forma passa necessariamente pela qualidade de vida da sociedade brasileira e se inscreve na pauta da cidadania do país
– Esta mudança possibilita, por exemplo, que recursos naturais, como a terra, que hoje são disputados pelas grandes empresas transnacionais de mineração sejam disponibilizados também para a população – observa Moema.
O Congresso do MST começou na segunda-feira e terminou com apoio de várias organizações. Ontem, depois de três anos reivindicando um encontro com a presidenta Dilma Rousseff, um grupo de dirigentes do movimento se reuniu com Dilma. Eles entregaram uma carta à presidenta com a pauta da Reforma Agrária Popular, onde constam 10 reivindicações consideradas urgentes (Veja no Canal Ibase).
 
 

Tradução »