Que objeto você escolheria para representar o seu trabalho? Foi com essa pergunta que começou a primeira oficina da terceira fase do projeto Juventudes nas Cidades. Realizado de modo virtual, o encontro reuniu mais de 40 jovens que fazem parte do projeto para um bate papo sobre juventude e mundo do trabalho.
As memórias, trajetórias e reflexões sobre emprego e renda na atualidade foram a tônica da conversa que contou com dois convidados: o advogado e diretor do Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdades (CEERT), Daniel Teixeira, e a advogada e mestre em Direito, Gabriela Ramos. Daniel trouxe para a conversa a conjuntura sobre juventude e mundo do trabalho. Realidade que esbarra em problemas como racismo, machismo e outros tipos de preconceitos que construídos e constituídos na história brasileira e que impacta diretamente na vida das e dos jovens hoje em dia.
Já Gabriela Ramos trouxe para o debate aspectos que ligam relações de trabalhistas e cidadania. Para ela, a noção de obrigatoriedade e hierarquização do trabalho se transformou, no mundo atual, em empreendedorismo para camuflar desigualdades. “Não é justo que o Estado promova uma série de retirada de direitos trabalhistas e sociais e ainda queira nos transformar em heróis e heroínas do empreendedorismo para tirar dele, Estado, a responsabilidade sobre a sobrevivência e a vida de cada cidadão”, defendeu.
Para a coordenadora do projeto pelo Ibase, Renata Codagan, o encontro foi um momento importante de fortalecimento dos elos e reflexões sobre a terceira fase do Juventudes nas Cidades. “Vi rostos muito interessados e entusiasmados em toda a conversa. Isso é um estímulo e nos ajuda no compromisso de levar esse projeto adiante”, afirmou.
Juventudes nas Cidades é um projeto apoiado pela Oxfam Brasil e desenvolvido em periferias do Distrito Federal, São Paulo, Recife e Rio de Janeiro. O objetivo é contribuir para o enfrentamento das desigualdades no espaço urbano, promover os direitos das juventudes e fortalecer a capacidade de jovens e coletivos de periferias urbanas e favelas de exercer seu “Direito à Cidade” e identificar alternativas de inclusão econômica. Na capital fluminense, a iniciativa é feita em parceria entre Ibase e Fase.