No último sábado, dia 25 de maio, aconteceu na estação do teleférico do Morro do Alemão mais uma atividade de devolução da pesquisa “Jovens pobres e o uso das NTICs na criação de novas esferas públicas democráticas”, realizada pelo Ibase, com apoio do IDRC. A pesquisa, que aconteceu entre 2012 e 2013, teve como objetivo conhecer as práticas e usos das novas tecnologias (Internet, celulares, câmeras digitais etc) de jovens moradores de territórios populares com objetivo de mobilizar a sociedade e reivindicar direitos. A pesquisa foi realizada a partir de três estudos de caso tendo como temáticas centrais o uso das novas tecnologias entre jovens que trabalham com cultura em municípios da Baixada Fluminense; o uso das novas tecnologias entre mulheres jovens envolvidas em movimentos sociais como o feminista, o de mulheres e as marchas (como a Marcha das Vadias); e de que forma jovens moradores(as) de favelas do Rio de Janeiro vem fazendo tal uso para tornar visível sua identidade como moradores(as) destes espaços da cidade.
Durante o período da pesquisa, foram realizados encontros envolvendo pesquisadores e jovens (inclusive os que foram entrevistados durante o processo). Nesta etapa final, foram realizados três encontros, em articulação com pessoas e grupos que foram mobilizados pela pesquisa. No início do mês, aconteceu a devolução do estudo de caso de gênero/ jovens mulheres em parceria com o Núcleo de Jovens da Camtra – Casa da Mulher Trabalhadora, em sua sede na Lapa. E no dia 18 de maio aconteceu outra atividade, na sede do Enraizados, em Morro Agudo, reunindo participantes do grupo e de cineclubes da região para debater os resultados do estudo de caso sobre cultura na Baixada. No último sábado, foi a vez a devolução do estudo de caso sobre identidade favelada, que foi realizada no Alemão e reuniu cerca de 20 pessoas, entre representantes de grupos e movimentos locais e pesquisadores. A atividade foi realizada em parceria com o Instituto Raízes em Movimento e integrou uma série de seminários que está sendo organizada pelo COLETIVO DE PRODUTORES DO CONHECIMENTO DO COMPLEXO DO ALEMÃO, que reúne pesquisadores, pensadores, ativistas sociais e moradores que têm o Complexo do Alemão como referência para o desenvolvimento de seus trabalhos e reflexões sobre a localidade. O coletivo propõe fomentar a circulação de diversos saberes junto ao maior público possível de atores com a finalidade de fortalecer o desenvolvimento local numa perspectiva de inserção e direito à cidade.
No início de junho, dias 7 e 8, acontece no Instituto Federal do Rio de Janeiro, no Maracanã, o seminário final da pesquisa. A atividade será composta de três meses ao longo de um dia e meio. Em cada uma delas estarão debatendo pesquisadores, jovens ativistas e gestores públicos sobre as possibililidades e limites das novas tecnologias, seus usos atuais e as políticas que vêm sendo pensadas para a área, levando em conta demandas e anseios dos(as) jovens. Além das mesas, haverá exposição de fotografias, exibição de curtas, apresentação de peça do grupo Teatro da Laje (de Vila Cruzeiro), da Marcha das Vadias do RJ, além de roda de funk e hip hop. A ideia do evento é articular o debate público com diferentes atores à práticas culturais e políticas de grupos e jovens que fizeram parte da pesquisa. A atividade será aberta e gratuita, não é necessário fazer inscrição com antecedência.