De 21 a 25 de setembro, acontece na cidade de Cachoeira, na Bahia, o primeiro encontro do “Projeto Polarização na Transição Energética e Clima: Colômbia, Brasil e Indonésia” coordenado pelo Ibase, com apoio da Fundação Ford. As atividades serão realizadas no auditório do Centro de Artes, Humanidades e Letras da Universidade Federal do Recôncavo Baiano, em parceria com a Rede Nova Cartografia Social (CAHL/UFRB).
A proposta do encontro é apresentar um panorama mundial da transição energética, assim como seus impactos, com foco em três países: Brasil, Colômbia e Indonésia. Desses dois países, participarão representantes do Centro Regional de Empresas y Emprendimientos Responsables (Creer) e Yayasan Indonesia Cerah. O recorte sobre o Brasil será apresentado por pesquisadores(as) da Rede Nova Cartografia Social.
A programação também inclui a ida a Campo Formoso, cidade onde tem ocorrido denúncias sobre invasões de áreas de comunidades quilombolas e de terreiros religiosos por causa, principalmente, da ampliação de parques eólicos. Distante 400km da capital Salvador, a região de Campo Formoso confere à Bahia o título de estado líder na geração desse tipo de energia renovável. “Visitar uma comunidade tradicional e próxima a um parque eólico é algo fundamental em meio ao processo de discussão sobre transição energética, pois isso nos permitirá ouvir diretamente de seus membros quais os impactos desse tipo de energia em suas vidas e na natureza” — explica Thuani Queiroz, antropóloga e pesquisadora do Ibase. Thuani, que é uma das organizadoras do encontro, também faz questão de ressaltar que é justamente “a conjugação do conhecimento teórico com o conhecimento de vida que possibilita um debate mais acessível sobre a temática”.
O projeto “Polarização na Transição Energética e Clima: Colômbia, Brasil e Indonésia” propõe o debate sobre esse tema no Brasil e no exterior, destacando aspectos que questionem modelos de desenvolvimento existentes baseados na produção de combustíveis fósseis e engajem a sociedade como um todo na busca de modelos alternativos sustentáveis, inclusivos e justos a todos. Para o diretor do Ibase, Athayde Motta, o encontro é também uma oportunidade para alinhar as expectativas de parceiros: “Vamos estar com representantes da Colômbia, da Indonésia e com nossos amigos da Rede Nova Cartografia Social, além dos oficiais de programa da Fundação Ford. Tenho certeza que será um debate de altíssimo nível e bastante enriquecedor para todos e todas” — aponta Motta.