Rio de Janeiro, 13 de novembro de 2014
Pesquisadores e ativistas de vários lugares do mundo estão debatendo as possibilidades de mudanças econômicas e geopolíticas associadas aos chamados países dos BRICS – Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul – por serem eles considerados ‘semiperiféricos’ em função de suas características e de seus sistemas produtivos e de sua inserção regional e internacional.
Em sintonia com este debate, o Ibase, em parcceria com o Instituto de Estudos Sociais e Políticos (Iesp/Uerj) e outras organizações parceiras, promovem, desde ontem, o seminário “Os Brics e as novas formas do poder global”. O objetivo é fazer uma reflexão sobre as novas configurações do poder global, com destaque para os BRICS.
Questões como “Será que o capitalismo e a desigualdade global serão reforçadas neste contexto?, Que perspectivas de emancipação podem-se vislumbrar aí?, Em que perspectivas de política externa deveríamos apostar?, Como fica o meio-ambiente nessas transformações?”, são pontos de partida para que especialistas e pesquisadores dos cinco países criem um panorama sobre a atual conjuntura desses países e sua inserção no contexto mundial.
O evento termina hoje. Quem quiser participar é só ir ao Museu da República (Rua do Catete 153, Catete) e assistir os painéis, que terminam às 18h.
17 de Novembro
09:30 – Abertura
10:00 – Brics: a perspectiva interna
Nesta mesa buscamos pensar, com pesquisadores oriundos dos BRICS, suas dinâmicas
internas e o seu impacto global. Há mudanças em relação às potências estadunidense
e europeias? Como se relacionam os BRICS com os outros países do mundo, em seu
entorno e mais além dele? Há deslocamentos geopolíticos reais em função de sua
(relativa) ascensão?
Luis Manuel Fernandes (PUC- Rio/UFF)
Abdul Nafei (Universidade Jawaharlal Nehru)
Rasigan Maharaj (Universidade Tshwane de Tecnologia)
Candido Grzybowski (IBASE)
Coordenadora e comentarista: Maria Regina Soares Lima (IESP-UERJ)
14:00 / 17:00 – Política externa e cooperação
Se há mudanças reais na configuração do poder global, ela deve ser refletir
concretamente nas agendas de política externa e nas possibilidades de cooperação
entre esses diversos países. O banco recém-fundado pelos BRICS é um exemplo disso,
mas não o único. Precisamos também nos perguntarmos sobre as possibilidades de
cooperação entre os movimentos sociais e organizações da sociedade civil desses
vários países.
Carlos Milani (IESP-UERJ)
Karen Smith (Universidade de Cape Town)
Fátima Melo (FASE)
Adriana E. Abdenur (IRI-PUC Rio)
Coordenador e comentarista: Moema Miranda (IBASE)
18 de Novembro
09:30 / 12:30 – A economia política global: padrão de acumulação
e (in)sustentabilidade
O desenvolvimento dos BRICS se realiza sobre os pilares de um padrão de acumulação
global do capital que implica em divisão do trabalho entre os diversos países do
mundo, bem como uma extrema desigualdade de riqueza. Como os cinco BRICS se
situam desse ponto de vista? Compartilham todos o mesmo grau de desigualdade,
reforçam-no, a ele se contrapõem? São complementares suas economias ou não? Em
que sentido? Quais são suas perspectivas em termos de sustentabilidade?
Ho-fung Hung (Universidade Johns Hopkins)
Surajit Mazumdar (Universidade Jawaharlal Nehru)
Giorgio Romano (Universidade do ABC)
José Maurício Domingues (IESP-UERJ)
Coordenador e comentador: Diego Azi (Rebrip/CUT)
14:00 / 17:00 – BRICS: a perspectiva externa
Os BRICS são apenas alguns dos atores importantes do cenário global, outros países
mantendo sua relevância nas de!nições do que são as linhas de força de
desenvolvimento do sistema. Esta mesa apresenta especialistas que visam aportar
uma visão externa aos países que se reúnem sobre essa sigla, de modo a propor uma
compreensão que venha de outras direções, com outras possibilidades interpretativas.
Peter Wahl (Economia Mundial, Ecologia e Desenvolvimento)
Maristella Svampa (Universidade de La Plata)
Jim Harkness (Instituto de Agricultura e Política Comercial)
Oscar Ugarteche (Universidade Nacional Autônoma do México)
Coordenador e comentarista: Pedro Cunca Bocayuva (NEP-UFRJ)
17:00- Cofee-break
17:30 / 19:00 – Plenária Final
Este espaço se reserva a um debate entre todos os participantes do seminário,
panelistas e público presente. Nele se espera aprofundar alguns temas, suscitar pontos
de vista variados e recolher os avanços que podem haver se realizado nas concepções
de cada um ao longo de nossas discussões.