Nos dias 15 e 16 de outubro a FioCruz realizará o Seminário Internacional “Desnaturalização de desastres e mobilização comunitária: novo regime de produção de saber”. O evento é resultado de um conjunto de reflexões e ações realizadas compartilhadamente entre academia, organizações e movimentos comunitários, que identificam a necessidade de aprofundar com a sociedade a discussão em torno do entendimento mais geral do que é um desastre, na maioria das vezes é visto como uma fatalidade natural.
De acordo com a organização do seminário, desnaturalizar o desastre é uma necessidade para reconstrução e recuperação das cidades serranas desde janeiro de 2011, compreendendo-o como um processo de nexo sócio-histórico que foi exposto a partir dos acontecimentos ambientais de chuvas, alagamentos e deslizamentos. Nessa perspectiva foram convidados especialistas e pesquisadores, que trabalham nessa direção e que demonstram que a vulnerabilidade socioambiental se ancora desde a descoberta das Américas em processos de assimetria e desqualificação de saberes que não são comuns à população.
Desnaturalizar os desastres e fortalecer os movimentos comunitários passam a ser uma condição essencial para que novos regimes de produção do saber possam emergir. “Dessa forma, o protagonismo dos cidadãos se coloca numa relação dialógica com conhecimentos técnico-científicos, submetendo a gestão das cidades às necessidades de seus moradores, principalmente em situações de eventos extremos”, destacou a organização do evento. As temáticas do seminário são trabalhadas para que os temas sejam compartilhados com a sociedade em geral e para que haja o reconhecimento de que os desastres não terminam imediatamente ao final da situação extrema e que, por seus nexos sócio-histórico, continuam por muitos anos, como é o caso das cidades serranas fluminenses.
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