As mudanças nas políticas relativas ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – BNDES, em 2017, apontam para um latente processo de desmonte da instituição “com esvaziamento do quadro de pessoal, redução do crédito e ameaça da perda de capacidade de cumprir com seus propósitos sociais”. É o que diz o mais recente estudo do Ibase (disponível para download) sobre o Banco que, no ano passado, foi a instituição financeira federal a sofrer com duas medidas consideradas duras: a aprovação da nova taxa de juros de referência de seus empréstimos, a Taxa de Longo Prazo (TLP), e a decisão sobre a devolução antecipada dos empréstimos ao Tesouro Nacional.
Em sua análise, o estudo mostra o impacto dessas duas medidas e demonstra, ainda, a recorrente queda nos desembolsos do BNDES. De acordo com os autores da publicação, tal queda faz o Banco retroceder a valores equivalentes aos que eram praticados no final dos anos 1990, o que demonstra ainda mais a tese de desmonte da instituição.
Diante do atual desmonte, o estudo aponta a necessidade de que se defenda a existência de um banco de desenvolvimento com o caráter, a missão e a capacidade do BNDES, mas que a reconstrução do Banco seja feita incluindo as propostas de atores da sociedade civil, antes escanteados do processo.