As eleições municipais estão chegando e o Ibase está de olho nas propostas para as favelas e periferias do Rio de Janeiro. No próximo dia 26, o Instituto irá reunir movimentos sociais, coletivos e demais representantes da sociedade civil para um encontro com candidatas à vereança que tenham como pauta os direitos da população destes territórios da capital fluminense.
O objetivo do encontro é avaliar os desafios dessas candidaturas no atual processo eleitoral, além do diálogo sobre as propostas para as favelas cariocas. Na ocasião, o Ibase irá também divulgar os primeiros dados da pesquisa Novos Olhares sobre as Transformações Urbanas nas Favelas. O estudo avaliou a percepção de moradoras e moradores de nove comunidades do Rio que viveram as intervenções dos últimos programas de urbanização da cidade: Morar Carioca e Favela Bairro.
Baixa representatividade
De acordo com dados do Sistema de Assentamentos de Baixa Renda (Sabren), o Rio de Janeiro tem 1074 favelas com 1.434.829 habitantes, o que representa 23% da população total carioca. Na atual composição da Câmara Municipal do Rio, das 51 cadeiras ocupadas, menos de 10% são de vereadoras e vereadores que representam ou tenham propostas voltadas para a efetivação de políticas públicas com resultados concretos para a população periférica da cidade.
Além disso, entre as(os) 51 vereadoras(es) eleitas(os), 41 são homens, 10 são mulheres e apenas 27,4% se declaram como pessoas negras, o que se caracteriza como uma baixa representatividade étnico-racial e de gênero.
Sandra Jouan, assessora de direção do Ibase, aponta que é fundamental combater a sub-representação e promover uma composição política mais diversa para o fortalecimento do processo democrático em nossa sociedade.
“A conquista da casa ou do transporte público, por exemplo, não implicam na superação das relações de opressão baseadas no gênero, na raça, na orientação sexual ou na idade”, aponta.
Jouan ainda afirma que o atual momento político requer ênfase nos processos participativos promovendo a inclusão de todas as pessoas como detentoras de direitos.
“As favelas e periferias devem ser reconhecidas como territórios plenos de direitos. As demandas das pessoas faveladas precisam ser pensadas dentro da pauta do direito à cidade”, conclui a assessora.
Direitos em pauta
O encontro do próximo dia 26 de setembro contará com a presença de oito candidaturas que trazem os direitos das pessoas de favelas e periféricas como pauta fundamental. Veja quem são:
Barbara Barros (Federação Brasil Esperança – FE Brasil – PT/PCdoB/PV)
Camila Moradia (Federação Brasil Esperança – FE Brasil – PT/PCdoB/PV)
Clátia Vieira (Federação Brasil Esperança – FE Brasil – PT/PCdoB/PV)
Monica Cunha (Federação PSOL/REDE)
Mônica Francisco (Federação Brasil Esperança – FE Brasil – PT/PCdoB/PV)
Rafaela Albergaria (Federação Brasil Esperança – FE Brasil – PT/PCdoB/PV)
Tainá de Paula (Federação Brasil Esperança – FE Brasil – PT/PCdoB/PV)
Thaís Ferreira (Federação PSOL/REDE)
O encontro será realizado das 17h às 20h no auditório do Sindicato dos Servidores das Justiças Federais no Estado do Rio de Janeiro (Sisejufe-RJ), no centro da cidade. As pessoas que não puderem comparecer poderão participar via chat por meio da transmissão ao vivo no Youtube, no canal do Ibase.
Publicações Relacionadas
