“Do jeito que o mundo vai, não haverá uma Rio + 40. O nosso planeta não aguentaria. O nosso recado para a sociedade e para os governos é que estamos cansados de conferências sem capacidade de implementação e de compromissos que não são condizentes com a crise do planeta”, declarou Fátima Mello, do Comitê Facilitador da Sociedade Civil Brasileira para a Rio + 20.
Do Rio de Janeiro – Representantes de movimentos e organizações sociais do Brasil e do mundo afirmaram nesta sexta-feira (01) que a Cúpula dos Povos da Rio + 20 por Justiça Social e Ambiental, evento da sociedade civil paralelo à Rio + 20 oficial, exibirá em junho do ano que vem no Aterro do Flamengo experiências que mostram como é possível o mundo ter um outro tipo de economia, com base no bem comum.
“São experiências de agroecologia, experiências agroflorestais da Amazônia, de economia solidária, de encurtamento do circuito entre produção e consumo. Vamos dar visibilidade a essas alternativas, valorizando também os direitos de os trabalhadores terem um emprego decente”, disse Fátima Mello, do Comitê Facilitador da Sociedade Civil Brasileira para a Rio + 20, em entrevista à imprensa.
“Do jeito que o mundo vai, não haverá uma Rio + 40. O nosso planeta não aguentaria. O nosso recado para a sociedade e para os governos é que estamos cansados de conferências sem capacidade de implementação e de compromissos que não são condizentes com a crise do planeta”, declarou ela.
A Cúpula dos Povos será aos moldes do Fórum Global da Eco-1992, quando a sociedade civil tomou o Aterro, no Rio de Janeiro, com atividades sociais, políticas e culturais. Outro objetivo do evento é pressionar para que a Rio + 20 oficial, das Nações Unidas, amplie a sua pauta de discussões, hoje limitada à economia verde e à governança global.
“Queremos resgatar a herança do Fórum Global de 1992, que foi o momento inicial do movimento social mundial, que teve um impacto imenso no Rio de Janeiro, quando a justiça ambiental virou tema de preocupação geral. Agora, queremos levar a justiça socioambiental a um novo patamar”, afirmou Fátima Mello.
“Quem esteve no Fórum Global, sabe da importância da Carta da Terra, do Marco de Mudanças Climáticas, da Convenção sobre Biodiverdidade. Pretendemos valorizar esses documentos e incorporar que saíram de lutas e mobilizações por justiça climática, segurança alimentar. A nossa ideia é reunir em junho de 2012 toda essa trajetória”, completou.
Fátima Mello participa nesta sexta e neste sábado do primeiro evento internacional preparatório para a Cúpula dos Povos. O evento é o Seminário Internacional por Justiça Social e Ambiental, que ocorre no Rio de Janeiro, no Instituto Bennett, no Flamengo. Representantes de cerca de 150 organizações estão reunidos lá. São 27 países presentes.
Uma das organizações é a Via Campesina, de Marcelo Durão. Ele disse não acreditar em economia verde, discussão prevista pelas Nações Unidas para a Rio + 20 oficial. “Para nós, a solução não vai acontecer por dentro do mercado. As soluções vão se dar pelas experiências dos próprios povos, que são colocadas à margem pelo mercado”, declarou.
Comentário 1
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Aline
23 de agosto de 2011Boa tarde, trabalho em uma mepresa que desenvolve material didatico, temos interesse em utizar no conteudo o texto ” Carta da Terra”, gostaria de saber se é possivel utiliza-lo ,se possui direitos autorais?? comof aço para adquiri-los. Aguardo Retorno, Aline – Netbil Educacional.