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Em defesa da vida e dos direitos nas favelas do Rio

O Ibase manifesta profunda indignação diante da operação policial realizada ontem no Rio de Janeiro, que resultou em mais de 60 mortes. Esse número inaceitável de vítimas evidencia, mais uma vez, o fracasso de um modelo de segurança pública que se sustenta na lógica da guerra e do extermínio, colocando em risco a vida de milhares de pessoas, em especial das que vivem nas favelas e periferias da cidade.

Não há segurança possível quando o Estado trata territórios populares como inimigos e quando o direito à vida é sistematicamente violado em nome de uma política de confronto. A naturalização dessas chacinas revela um grave processo de desumanização que precisa ser interrompido com urgência.

Dados do relatório, “Missão letalidade policial e impacto nas infâncias negras na Bahia e no Rio de Janeiro”, da Plataforma Dhesca, da qual o Ibase faz parte, confirmam a seletividade e a brutalidade desta política. Em 2023, a letalidade policial vitimou 6.393 pessoas no Brasil. Destas, mais de 70% (71,7%) eram jovens com idade entre 12 e 29 anos, e um dado ainda mais alarmante: 82% das vítimas eram pessoas negras. No contexto específico do Rio de Janeiro, o relatório aponta que, somente em 2023, pelo menos 23 crianças e adolescentes foram baleados em ações ou operações policiais, resultando em 10 mortes.

O Ibase se solidariza com as moradoras e os moradores das favelas do Rio de Janeiro, que cotidianamente enfrentam o medo, a violência e a ausência de políticas públicas que promovam dignidade, justiça e igualdade.

Reafirmamos nosso compromisso com a defesa dos direitos humanos, da democracia e de um projeto de cidade que garanta o direito à vida e à segurança para todas e todos — sem exceção.

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