A equipe do projeto Mais Valdariosa, do Ibase, esteve ontem no conjunto Parque Valdariosa, em Queimados, para acompanhar a visita da trupe do rapper finlandês Paleface. Paleface é um dos rappers mais famosos da Finlândia e está no Rio para gravar um documentário sobre o olhar de artistas finlandeses sobre a produção cultural de jovens de periferia e favelas carioca. O encontro aconteceu na tarde de ontem, quando duas oficinas gratuitas – de Beatmaking e Improvisação – foram oferecidas aos jovens rappers locais pelos artistas escandinavos.
– Foi uma oportunidade muito legal conhecer o trabalho dele, que eu não tinha ouvido falar ainda. O cara (sic) faz rap ‘old school’, como os primeiros norte-americanos do Brooklin (bairro novaiorquino onde o rap se desenvolveu). Ele nos ensinou um pouco da batida, do ritmo, de como faz as rimas – disse o DREE, que tem músicas gravadas e atualmente atua também como produtor cultural.
Para Arthur Dias, também de 19, além de ter sido um aprendizado técnico, pois aprendeu a mixar com o trupe de Paleface, ele apontou um aspecto importante do evento:
– Tem muito jovem de periferia que, por não ter noção das oportunidades de trabalho que pode ter, acaba indo para um caminho errado. Esses eventos deveriam se multiplicar por aqui. Inspiram!
A visita de Paleface e sua trupe foi toda documentada para uma minisérie da TV finlandesa.
– A ideia é contar, a partir do olhar de cada um de nós, músicos finlandeses, a experiência de produção cultural e projetos sociais jovens de periferia e favelas cariocas – contou Paleface, que disse que no Brasil o rapper é mais acelerado e com outros elementos. Na Finlândia, segundo ele, a base (beatmaking) é mais simples.
O condomínio Parque Valdariosa é foco do projeto ‘Mais Valdariosa’, financiado pela Caixa Econômica Federal (CEF) e executado por organizações da sociedade civil, entre elas o Ibase, em parceria com o Instituto de Estudos de Trabalho e Sociedade (Iets) e o Metrópole Projetos Urbanos (MPU). O objetivo do projeto é realizar um diagnóstico social e, a partir daí, contruir um plano de ação para melhorar a qualidade de vida a população local.
Tábata Lugão, pesquisadora do Ibase que atua no projeto Mais Valdariosa, disse que a mobilização para o evento foi grande nas redes sociais e no local. Ela esteve lá ontem e disse que os jovens estavam curiosos e conseguiram se entender tranquilamente com o rapper, mesmo sem falar o idioma.
– Os meninos que são do meio, que trabalham como rappers, ‘gastaram’ todo o inglês que sabiam para trocar ideias com o rapper finlandês. Eles também mostraram os trabalho que faziam e aproveitaram bastante a oportunidade.
 
Fotos: Rossana Giesteira
 

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