Rio de Janeiro, 13 de março de 2015
Por Observatório da Sociedade Civil
Desde as 15 horas de hoje, movimentos sociais estarão reunidos em diversas capitais brasileiras para defender direitos da classe trabalhadora, a radicalização da democracia através da reforma política e o caráter público da Petrobras. Segundo a Central Única dos Trabalhadores (CUT), 26 estados confirmaram os locais de mobilização em suas capitais.
Além da CUT, diversas entidades articulam as manifestações, entre elas o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Federação Única dos Petroleiros (FUP) e União Nacional dos Estudantes (UNE). A mobilização levanta pautas específicas que, para os movimentos, simbolizam resistências contra a atual conjuntura, que fere os direitos da população trabalhadora e seu direito de participação e decisão política.
Em relação às demandas trabalhistas, as manifestações vão contra as Medidas Provisórias (MPs) 664 e 665, que restringem o acesso a direitos como seguro desemprego, pensões e auxilio doença. O Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap) declarou que a retirada de benefícios aos trabalhadores e trabalhadoras é inconstitucional.
Além disso, os movimentos sindicais lutam contra o PL 4330, que amplia as possibilidades de terceirização dentro de empresas, aumentando o subemprego e reduzindo salários, além de outros danos para a classe trabalhadora.
Já a “defesa da Petrobras” se refere ao posicionamento dos movimentos, contrários ao sucateamento e privatização da empresa responsável por mais de 80 mil empregos direitos e por 13% do PIB nacional. A pauta inclui a punição justa de funcionários envolvidos em casos de corrupção, assim como transparência nas investigações. “A bandeira contra a corrupção é dos movimentos social e sindical. Nós nunca tivemos medo da verdade”, afirmam os movimentos em nota oficial.
Abarcando todas as demandas por maior participação e influência da sociedade nas decisões políticas do país, está a defesa de uma reforma política ampla e democrática. Os movimentos pedem pela realização de um plebiscito popular e uma Constituinte Exclusiva e Soberana, enfatizando o fim do financiamento privado de campanhas eleitorais como parte da reforma.
Para os movimentos, a democracia deve ser representativa, não cabendo ao setor privado definir as eleições. Desse modo, as manifestações vão contra a aprovação da PEC 325/2013, considerada uma “contrareforma política”, já que defende justamente o financiamento privado de campanha eleitoral, beneficiando o atual sistema político propenso à corrupção.
Em entrevista ao site do MST, Débora Nunes, da coordenação nacional do movimento, afirma que a falta de representatividade política impede que mudanças estruturais necessárias, como a reforma política, a reforma agrária e a democratização avancem. “Isso ficou ainda mais claro depois das últimas eleições que colocou o Congresso Nacional nas mãos das bancadas mais conservadoras desde 1964. Por isso, dependemos da compreensão da classe trabalhadora em torno da unidade de um projeto popular para o Brasil, em torno daquilo que pode avançar para que as transformações sociais que o povo precisa sejam feitas”, declarou.
Confira os locais de concentração confirmados até o momento:
Acre
Rio Branco – em frente ao Palácio – 9h
Alagoas
Maceió – Praça Sinimbú – 9h
Amazonas
Manaus – Concentração na Praça da Polícia – 15h
Amapá
Macapá- Concentração na Praça da Bandeira – 8h
Caminhada até a Praça do Forte – 10h
Bahia
Salvador – Itaigara – Em frente ao prédio da Petrobrás – 7h
Ceará
Fortaleza – Praça da Imprensa – 8h
Distrito Federal
Brasília – Rodoviária – 17h
Espírito Santo
Vitória – Em frente à Universidade Federal do Espírito Santo (UFES) – 16h30
Goiás
Goiânia – Coreto da Praça Cívica – 10h
Maranhão
São Luís – Panfletagem na Praça Deodoro – 7h
Concentração na Praça João Lisboa e passeata na Rua Grande até o final da mesma rua – Canto da Viração – para o Ato Político – 15h
Minas Gerais
Belo Horizonte – Praça Afonso Arinos – 16h
Mato Grosso
Cuibá – Praça da República – 11h
Mato Grosso do Sul
Campo Grande – Praça do Rádio – 9h
Pará
Belém – Praça da República – 15h
Paraíba
João Pessoa – Em frente ao Cassino da Lagoa – 15h
Paraná
Curitiba – praça Santos Andrade – 17h
Pernambuco
Recife – Parque 13 de Maio, Santo Amaro – 7h
Piauí
Teresina – Praça da Liberdade – 15h
Paraná
Curitiba – Praça Santos Andrade – 17h
Rio de Janeiro
Rio de Janeiro – Cinelândia – 15h
Rio Grande do Norte
Natal – em frente à Catedral – 16h
Roraima
Boa Vista – na Praça do Centro Cívico
Santa Catarina
Florianópolis – em frente à Catedral – 14h
Sergipe
Aracaju – Praça Camerino – 14h
São Paulo
São Paulo – Avenida Paulista nº 901 – em frente ao prédio da Petrobras – 15h
Tocantins
Concentração no Posto do Trevo 2, caminhada na Avenida Tocantins, em Taquaralto, até a Praça da Igreja São Jose – 15h30