Os municípios fluminenses de Maricá e Itaboraí tiveram no fim do mês de janeiro audiências públicas sobre o licenciamento do Emissário Terrestre e Submarino do Comperj. O emissário foi criticado pelas duas comunidades, que compareceram em grande número para apresentar suas dúvidas e divergências. A audiência de Maricá foi no dia 24 de janeiro, e a de Itaboraí, 25 de janeiro.
O emissário vai levar os resíduos industriais do Complexo Petroquímico do Estado do Rio de Janeiro (Comperj), em Itaboraí, até o mar.
As duas propostas para o emissário foram apresentadas nas audiências públicas pelo grupo multidisciplinar para o Estudo de Impacto Ambiental (EIA). Numa das propostas, o emissário cortaria Itaboraí e São Gonçalo e despejaria o resíduo na Baía de Guanabara. Na outra proposta, ele seguiria para Maricá. Esta segunda opção é a de melhor viabilidade socioambiental, segundo o EIA .
A outra polêmica provocada pelo emissário é sobre o tamanho do seu trecho submarino. Para a opção em São Gonçalo, a parte terrestre do emissário teria 30 km e a submarina 10 km. No caso do município de Maricá, o Relatório de Impacto Ambiental (Rima) propõe 40 km sob a terra e 2 km no mar. Isso significaria que o despejo aconteceria antes da Ilha de Maricá, afetando a biodiversidade marinha.
A audiência de Maricá foi bastante representativa e contou com a participação de algumas entidades do município de Niterói, que estiveram lá pra alertar sobre os impactos que o litoral das praias de Itaipuaçu, Itacoatiara e Itaipu pode sofrer, além de solicitar uma audiência própria para o município.
Em Itaboraí, as reivindicações eram sobre a criação de empregos na região e a ampliação do diálogo com a população a respeito das obras do Comperj e das ações sociais.
Estiveram presentas às audiências a Fapesca, a federação de pescadores, as Agenda 21 de Maricá e Itaboraí, Conselho Consultivo do Parque da Serra da Tiririca, Ecoando, Associação de Moradores da Rua 60 (Maricá), Fórum Popular do Comperj e Associação de Moradores da Comunidade da Reta.

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